As melhores pessoas que conhecemos, são aquelas que entraram para as nossas vidas na altura mais inocente dela, quando ainda não tínhamos medo da intimidade e entregávamos com muito mais facilidade o nosso coração.
É maravilhoso concluir que as minhas amigas mais especiais e, afinal, aquelas que mais contribuíram para a formação daquilo o que eu sou hoje, fazem parte de mim há 10 anos ou mais. E não importa muito a quantidade de tempo que ficamos sem nos ver, ou o quão profundo nos conhecemos, no momento em que estivermos juntas, haverá uma magia cósmica que nos fará sentir que nada mudou entre nós desde a última vez. E haverá um à vontade tão presente e automático. Tão lindo!

Estar a passar tempo comigo mesma, tem-me feito pensar muito e avaliar muito a minha vida. Talvez por andar sentindo o peso desta minha última década de vida. Como se estivesose próxima do fechar de um ciclo dentro de mim, algo que necessariamente irá impor uma mudança. Uma mudança profunda. Profunda e cíclica, como todas as mudanças são.
Digo que as mudanças são cíclicas. Não digo que são repetitivas. Toda mudança é diferente, logo, não se podem reproduzir. Mas são cíclicas, acontecem em determinados momentos e fases nas nossas vidas. Os ciclos. Ciclos que se fecham para que novos ciclos comecem. Alterações nas formas de pensar, de estar, que dão origens a novos universos..
Não consigo dizer se uma mudança determina uma alteração de vida, ou se é a alteração de vida que determina a mudança.

Esse texto está a ficar muito complexo e a filosofia não é uma especialidade da escritora...

Volto a temática das amigas para concluir que há sempre uma amiga daquelas mais especiais próxima de mim em cada situação de mudança na minha vida. E interessante: são sempre as mais adequadas para o momento específico de mudança que eu me encontrar.