Porque as relações são tão complicadas? Ou melhor... difíceis! O início é conhecidíssimo: rapaz conhece rapariga, rapaz apaixona-se por rapariga, rapariga apaixona-se por rapaz e vivem felizes para sempre! Ou pelo menos, essa é a sensação que nós temos após aquele beijo, ou aquela noite romântica, ou aquele abraço mais apertado. Mas e depois? E depois do "felizes para sempre?!" E os problemas, as frustrações, as sensações de vazio... ninguém me havia alertado para as noites virados um para cada lado da cama! Ou para as discussões repletas de acusações e maifestações repetitivas de frustração! Então e agora, onde está o Manual de instruções para por fim nisso tudo? Ou melhor, porque os contos de fada só mostram o lado bom, e como todas aquelas pessoas são felizes, porque o sapo transforma-se em Princípe na história da Princesa e na minha não?

O meu Príncipe nunca foi sapo. E eu, nunca fui Princesa. Sempre fomos Eu e Ele. Cheios de defeitos e de qualidades. Cheios de coisas boas que só o outro sabia ver e acalentar em nós próprios e isso bastava. Até que deixou de bastar. Não sei porque, mas deixou de bastar. E já há milhões de outras coisas mais importantes do que compreender-nos, aceitar-nos, permitir-nos. Há o jantar para fazer, a loiça para lavar, há que tratar dos gatos, e "por favor não te esqueças de por o lixo na rua!". E há sempre qualquer coisa que se poderia ter feito melhor, sempre qualquer palavra que se poderia ter pronunciado com mais carinho, sempre qualquer explicação que poderia ter sido dada com mais paciência. Mas falta coragem e sobra orgulho.

Onde irá tudo isso parar? Quando o mundo irá abrandar e terei a oportunidade de dizer a mim mesma que esta não é a forma que eu quero conduzir a minha vida! Esta não é a pessoa que eu quero ser? Quando irei recuperar a confiança em mim mesma e definitivamente derrubar o medo que consome-me por dentro e.. realmente começar a fazer a coisa certa?
11 Responses
  1. As relações não são complicadas, as pessoas tornam-nas complicadas...

    Por acaso sempre me questionei porque é que as coisas acontecem como acontecem. Porque funciona com umas e não com outras. Creio que não existem pessoas perfeitas, mas sim pessoas perfeitas para nós em momentos certos da nossa vida. Vejo-o como uma peça de um puzzle que vamos construindo ao longo da vida. Ou encaixa ou não. Ou encaixava e deixou de encaixar.

    Existem, por vezes, aquelas peças em que pensamos que o encaixe é perfeito mas sobra sempre algo, maior ou menor. A eterna questão é essa, será o Santo Graal da relação, a busca incessante pela melhor pessoa, pela melhor peça, digamos. Acho graça como olhamos para algumas e pensamos “é mesmo isto” e depois “afinal...” e outras como “vamos ver” e depois “é mesmo isto”. Infelizmente não é assim tão simples e não funciona com todos.

    Em todas as relações haverá sempre lugar à acomodação que por vezes é confundida com desinteresse. Este amainar da montanha russa emocional é tramado; chega-se a um patamar relacional algo estranho, mas nem sempre desagradável. Dá lugar a algo diferente com o qual ou se sabe lidar ou não porque ou é da sua natureza ou não. Por vezes torna-se possível atingir um estado de graça de cumplicidade, mas que jamais poderá resvalar para o automatismo.

    As tarefas mundanas do partilhar da vida a dois são das mais ingratas porque nos trazem de um estado de espírito superior, de deslumbramento, para algo mais real e palpável. Lamentavelmente também têm a capacidade para nos deixar profundamente irritados.

    Espíritos mais rebeldes, inconformados querem algo mais. Procuram uma paz de espirito interior que só nós próprios podemos alcançar. Aquele luz negra que jorra da nossa alma e nos faz agir e comportar de forma que não sabemos bem como e da qual nem sempre nos dá motivo de orgulho.

    Nada é eterno, não há amores incondicionais. Com a breca, nem nós, hoje, somos a mesma pessoa que fomos ontem!

    O que interessa, no final do dia, é olhar para trás e conseguir responder à questão “fui fiel a mim próprio?” Porque ao deitar-me, independentemente de com quem durma, tenho de conseguir dormir em paz comigo próprio.

    ;)


  2. Nanda Says:

    Projecto, gostei bastante do teu comentário! Obrigada pelo teu contributo! :-)


  3. Podes tratar-me pelo nome próprio, afinal até nos conhecemos pessoalmente. ;)


  4. Nanda Says:

    Boa... mas tens o perfil anónimo... :)


  5. Duly noted and corrected. Sorry.


  6. Sparkle Says:

    Quando tu decidires gostar de ti...


  7. Nanda Says:

    S., esta foi profunda... será esse o "meu problema"? Fica a reflexão..


  8. Andreissa Vargas Says:

    1º Acho que é uma estupidez culpar os contos de fadas... são "Contos".
    2º Mais estúpido ainda culpar te a ti mesma...
    3º Se calhar seremos capaz de amar e sermos amados e termos o tão desejado felizes para sempre... quando aprendermos que não devemos, nem podemos por a nossa felicidade nas mãos de outras pessoas. E que nos enganamos constantemente quanto aos sentimentos transformando o príncipe encantado em uma bengala.
    Cada vez percebo mais que este "tipo de amor" é como a escola... ano após ano... aprendendo, evoluindo, lutando, provas atrás de provas, péssimas notas, chumba se um ano ou outro... e só daqui a 20 anos... vemos se conseguimos o diploma.
    Ou então minha amiga... faz como eu... caga nesta treta toda... vai pa escola da vida e escreve o teu próprio conto de fadas!! hehe

    Bjinhus comporta te;)


  9. J.Ma Says:

    A beleza da vida, é não ser fácil de viver, de outra maneira não seria tão interessante.
    E para gostarmos de nós próprios temos de fazer aquilo que mesmo queremos, só assim seremos nós próprios.

    E para fazer feliz quem perto anda temos ser nós próprios felizes.
    Custa?! Claro que sim...
    Tudo de bom para ti


  10. Nanda Says:

    Jaime, obrigada pelo teu comentário! Só é pena teres o perfil anónimo e eu não saber a quem agradeço... ;-)


  11. Anónimo Says:

    Pior ainda é amar uma pessoa, ela amar-te, um amor proibido. Quando o problema nem é grau de parentesco, porque não o têm, não é a distancia, não é a falta de oportunidades. O problema é estarem outras pessoas envolvidas e para não as magoar, porque ambos as amamos, estamos afastados e não podemos viver este amor proibido...